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Digressão de Maria

        ‘São Bernardo do Campo – SP, em 24 de maio de 2018. Poema de: Rerismar Lucena de Morais’   Maria anda bem vestida Mal chegou desconfiada — Vem de onde? Não disse nada Foi-se embora, arguida.   Cabelos soltos, rosto ao vento Sorriso fácil, inebriante Olhar tímido, desconcertante... Por onde andará seu pensamento.   Amiúde , intermitente paixão — Pulsar de um coração ausente — Sínodo do amor, inconstante.   Amores que passam, em vão Estado constante de divagação... — Devaneios torpes da mente!   Rerismar Lucena

Força questionável

  ‘São Paulo - SP, em 26 de junho de 1995,   às 15hs55’. Poema de: Rerismar Lucena de Morais   O questionável ofusca A mente delimita o estado A loucura indecisa do ato, Desamparado.   O forte, fraco é! E são tão fortes e fracos... A força também se reduz, Não conduz.   Que força estranha que é Conduz o fraco ao fracasso No delinear de um ato, Abstrato. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Eis a carga de aflição.   Rerismar Lucena

Discreto sonhador

  ‘Uiraúna – PB, em 26 de abril de 1989, às 20hs10’.   Poema de: Rerismar Lucena de Morais   Deslizando através do tapete. Não voa. Não corre. Enfim, Não sai do lugar.   Estreito corredor Cauteloso sonhador; Saqueador de paciência de vida alheia.   Surpreendido pelo horror Desprotegido pelo pavor De minúsculas projeções na porta:                                   Que não é sua vida.   São sombras preenchidas Por espasmo de vida Que o faz sonhador. ---------------------------------------------------- E mais uma vez, não crê que sonhou!                                Rerismar Lucena  

O Substrato da utopia (soneto)

  São Bernardo do Campo, 12 jul. 2020 às 22hs40. Poema de: Rerismar Lucena   Na base essencial, do ser que repousa A utopia do normal, — do instante; O substrato da matéria [ir]relevante Torna-se acerba, e a moral obtusa.   Se algo acontece, a partir de fatores De uma realidade positiva, agravante Num relativismo social, constante Dos confins da eclusa, de tempos motores.   Como domar o futuro Liquefeito No suster da inflexão da vida Revirando, árduas feridas?   Se o altruísmo cultural que prospera, Nada mais é que, o desapontar de uma era Da infalibilidade de tempos imperfeitos.                                                  Rerismar Lucena