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A Liberdade Em Cativo

PARTE I:

A Palavra Como Castigo e Vontade

  A Liberdade Em Cativo PARTE II: São Bernardo do Campo, 30 jan. 2021 às 21hs05. Poema de :  Rerismar Lucena   Quando a vontade se torna libertadora, no instante da palavra proferida A linguagem perde a funcionalidade, ao revestir-se de cuidados. O dislate  entre diálogo e entendimento contumaz, se fez perdida Na confusão dos sentidos, da ressignificação dos antepassados.   Na centelha ardente das narrativas onde prevalecem o arbitrário Que desinveste a palavra de sua pretensa utilidade: o entendimento. A linguagem como escombros da edificação do homem: sepulcrário De desejos que engendra m a falta e o ressentimento.   Onde a todo o dito se faz mensura, podendo ser interdito A palavra como caos. Como ordem ou instrução. Perde-se na funcionalidade de seu entendimento Nas narrativas que devoram o pressuposto da ação.   A palavra como castigo e vontade de uma justiça dominadora Que conduz ao seio da sabedoria selvagem libertadora Sob o escrutínio da palavra do ser que o nomeia.     O home

Morfose temporal

São Bernardo do Campo, 25 Fev. 2021 às 10hs55. Poema de: Rerismar Lucena O sempre a devir, De um sempre já passado. O sempre começo presente Em tempo abrupto abstrato. Abre-se em estase o começo O ávido passado do encontro Transtorna a relação de tempo O êxtase frustro do desencanto. Em tempo outrora, o vivido O não acontecer, o presente Movimento infinito do tempo Afastado do lugar e do momento. ---------------------------------------------------- A distância é o tempo imaginário. A ausência, o começo. A presença, um encontro que ainda está por vir.                           (Rerismar Lucena, 25 Fev. 2021). Nota: Inspirado no livro: “O livro por vir” de Maurice Blanchet. “Essa distância imaginária ( o tempo ) em que a ausência ( vazio que antecede o começo ) se realiza e ao termo da qual o acontecimento apenas começa a ocorrer, ponto em que se realiza a verdade própria do encontro ( a presença )” (2005, p.13, grifo meu).   Devir - Vir a ser, transformar-se, torna

O Sono Do Corpo

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São Bernardo do Campo, 01 dez. 2020 às 11hs34. Poema de: Rerismar Lucena Sob os olhos oclusos do tempo e do espaço Além das abstrações e concretudes da vida Sob a vigília da alma em eterno compasso Cerram-se os olhos, à carne adormecida. As diversidades das substâncias que o corpo compõe Nas conjunções provisórias do ser e não vir a ser um ser A potencialidade geradora de vida se impõe Em processos de transformação, regeneração e poder. Nos fluxos incessantes de renascimento e morte, Em séries ininterruptas de mutações submetida O homem perscruta o sentido das coisas e da vida Sob o jugo do ego e da ilusão, onde a realidade é distorcida. Como folhas que caem no outono anunciando o inverno que chega O corpo enfim descansa, sob o prenuncio da colheita do espírito Nos desígnios de seus mistérios em seu eterno devir. ------------------------------------------------------------------------------------ A flor da alma se abre, e a vida, em silencio, renasce com a primavera. (Rerismar Lucena,

Clepsidra

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São Bernardo do Campo, 17 Nov. 2020 às 21hs30. (Inspirado em: “Intervalos de Tempo” de Monike Sachie ) Poema de: Rerismar Lucena Sou como cronógrafo quebrado... Todas às vezes que tentei alçar voo, estive parado. Com o ar rarefeito, escasso. Viajei por montanhas, planícies e imagens Em busca de sensações sutis, de paisagens À margem do tempo e do espaço. Minha bússola apontando horizontes Eu exaltando as montanhas, os montes Passando por debaixo de pontes Onde sei que não me encaixo. Onde meu relógio perde o compasso Na estrutura de um corpo dormente. Meu coração não mais no automático Talvez já não me seja mais prático Vibrar quão minúsculo cristal de quartzo. Fenológicos processos se encerram Já não habito planícies ou montanhas de ferro, Cortados por rios de metais pesados de aço. --------------------------------------------------------------- Enf

Digressão de Maria

        ‘São Bernardo do Campo – SP, em 24 de maio de 2018. Poema de: Rerismar Lucena de Morais’   Maria anda bem vestida Mal chegou desconfiada — Vem de onde? Não disse nada Foi-se embora, arguida.   Cabelos soltos, rosto ao vento Sorriso fácil, inebriante Olhar tímido, desconcertante... Por onde andará seu pensamento.   Amiúde , intermitente paixão — Pulsar de um coração ausente — Sínodo do amor, inconstante.   Amores que passam, em vão Estado constante de divagação... — Devaneios torpes da mente!   Rerismar Lucena

Força questionável

  ‘São Paulo - SP, em 26 de junho de 1995,   às 15hs55’. Poema de: Rerismar Lucena de Morais   O questionável ofusca A mente delimita o estado A loucura indecisa do ato, Desamparado.   O forte, fraco é! E são tão fortes e fracos... A força também se reduz, Não conduz.   Que força estranha que é Conduz o fraco ao fracasso No delinear de um ato, Abstrato. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Eis a carga de aflição.   Rerismar Lucena