A amálgama dos sentidos

São Bernardo do Campo, 12 ago. 2020 às 22hs00.
Poema de: Rerismar Lucena de Morais

Reconstruir o real, reimaginar o imaginado
Evocar a representação dos sentidos
No Jogo de espelhos, —“das verdades”
Da ausência dos desapercebidos.

O surto imaginativo, que forja à realidade
E que, da ausência nasce o real.
No espelho turvo da representatividade
Surge imagem manifesta, factual.

Onde o real é representação e concretude
Na amálgama dos sentidos humano;
Do sujeito e objeto que tudo precede
A ação do pensamento mundano.

Contudo, o simbolismo da representação
Que pretende dar a realidade, definição
É mera “ilusão referencial” do fato;

Pois somos seres sensoriais, de pensamento e ação.
O mundo externo é o campo da representação
Onde um fato, nunca é o fato de fato [ipso facto].


                                        (Rerismar Lucena, 12 ago. 2020.)
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A evolução do desenvolvimento do pensamento, a partir de modelos explicativos simbólicos, são figuras representativas do entendimento. Da natureza e do pensamento filosófico, para o entendimento do homem e das coisas que o cerca. Faz-se pesquisas nas diversas áreas acadêmicas para o desenvolvimento do pensamento humano e das coisas: circuitos elétricos, ótica (natureza da luz); física moderna entre outros. Todas as formas do pensar humano, é pautada no desenvolvimento de aprendizagem por engenhosa linha de conhecimento e raciocínio simbólico representativo, onde vigora, sempre, uma linha conceitual científica.
 
A ciência busca suas assertivas, através de dados coletados por meios hierárquicos de modelos para categorizar e validar o entendimento: ciências exatas, ciências biológicas e as ciências humanas. Todos na busca de uma verdade impessoal, que tem sua simbologia representativa, e tende a perpetuar as linhas do pensamento já existentes sem abertura para o entendimento de velhos paradigmas que não se submetem a experimento físico conceitual de velhos modelos hierárquicos.
 
O processo criativo do conhecimento e do entendimento estrutural e cognitivo da razão e da existência, buscam, ao longo dos tempos, explicações fundamentadas em processos empíricos, como se todo o conhecimento pudesse ser adquirido como tal a realidade lhe é apresentada e dissecada. Que o conhecimento é fruto, tão e somente, dos conhecimentos adquiridos e desenvolvidos sob aspectos biológicos cognitivos na estrutura da evolução humana e da “representação”.
 
Contudo, o simbolismo da representação se faz na realidade representada (o real), reproduzida na imaginação em fato presente, sem a evocação da ausência e do imponderável, daquilo que não se pode fazer presente – por limitação da realidade ou incapacidade de mensurar o desconhecido. Portanto, tudo é representação, sendo esse uma simbologia do fato resultante da percepção do mundo externo. 
 
E, como toda realidade é ato contínuo, o presente se faz do  sucedâneo de fatos, e o que era, já não o é; deixado um rastro de “ilusão referencial” nos sentidos de quem o irá defini-los. 
 
Poucas  conclusões  permanecem  incontestadas  por  muito  tempo. Representar é, portanto, tornar o mundo cognoscível e compreensível ao pensamento — que  é  o  arquiteto  das  representações,  que  medeiam  as  experiências  do  mundo.

 

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